top of page

Tragam seus filhos para ver gente nua!

  • Anna
  • 19 de nov. de 2017
  • 4 min de leitura

Uma bem-sucedida operação de comunicação, lançada em 2015 pelo Museu d’Orsay e o Museu da Orangerie, em Paris, para atrair mais famílias aos locais, será retomada neste mês de outubro em Paris. A operação utiliza, no total, nove cartazes — exibidos em ruas, paradas de ônibus e metrôs de Paris — com obras célebres dos dois museus aliadas a frases divertidas, sempre direcionadas a pais e filhos. Sucesso nas redes sociais, a peça que mais teve êxito utiliza a tela “Femme Nue Couchée” (Mulher Nua Deitada), pintada em 1907, pelo pintor francês Auguste Renoir. Na obra, uma jovem é retratada em uma cama, seios à mostra, as genitais cobertas com um lençol. Mas foi a mensagem utilizada no cartaz que chamou a atenção do público: “Tragam seus filhos para ver gente nua”.

A operação foi realizada pela agência parisiense Madame Bovary, com a coordenação da diretora de comunicação do Museu d’Orsay e da Orangerie, Amélie Hardivillier. Segundo ela, o objetivo da campanha era se colocar no lugar das crianças quando elas vão aos museus, decifrar suas reações e a compreensão que têm das obras. Além disso, a operação de comunicação brinca com uma inversão de valores. Para Hardivillier, todos devem ir a exposições de arte. O maior desafio para sua equipe é justamente como atrair diferentes públicos ao local, entre eles, crianças e adolescentes. Para isso, segundo ela, é preciso relacionar obras históricas a assuntos atuais. A diretora de comunicação salienta que nenhuma obra do museu tem censura de idade, nem mesmo a emblemática “L’Origine du Monde” (A Origem do Mundo”, tela de realizada por Gustave Courbet em 1866). Isso não exclui por exemplo, o debate em torno da pintura adquirida pelo museu em 1995, que é protegida por um vidro e fica em uma sala especial do museu. “Há a relação com a nudez que leva ao debate, sobretudo sobre essa obra, que é tão sensível. Mas essa também é a função da arte: incomodar, questionar”. “Queer Museum” e “La Bête”

O fechamento da exposição “Queer Museum”, no Santander Cultural de Porto Alegre, e a polêmica que gerou a performance “La Bête”, do artista carioca Wagner Schwartz, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, repercutiram na internet, porém, muitas pessoas não sabem do ocorrido.

A participação de uma criança em uma performance protagonizada por um homem nu deu início a polêmica sobre a liberdade artística nas redes sociais. Fotos e vídeos registrados no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) mostram uma menina, que aparenta ter em torno de cinco anos, tocando os pés de um artista nu que estava imóvel e deitado sobre o chão. As imagens da interação da menina com a apresentação foram divulgadas por fontes desconhecidas na internet. A criança parece mostrar curiosidade enquanto engatinha pelo tatame, vendo uma mulher adulta tocar os pés do artista. A mulher a incentiva a participar, a menina ri, toca rapidamente os dedos dos pés dele e volta à plateia diante de sorrisos do público.

Em nota divulgada no Facebook, o MAM ressalta que a criança estava acompanhada da mãe e que a sala onde ocorria a performance estava ''devidamente sinalizada sobre o teor da apresentação, incluindo a nudez artística''. O museu também garante que o trabalho, intitulado La bête (a besta, em francês), não tem qualquer conteúdo erótico.

O trabalho do carioca não tem nenhuma conotação erótica, mas as pessoas estão condicionadas ao erotismo. A sociedade brasileira é extremamente erotizada. O Brasil é o quarto país no mundo onde mais são realizados casamentos com menores de idade. É primeiramente necessário discutir a decadência da educação brasileira para depois começarmos a falar sobre o acesso à arte e a compreensão da liberdade de expressão.

Para o galerista e curador, Ricardo Fernandes, é o acesso à educação de qualidade que evita que polêmicas como essas aconteçam na França. Foi isso que possibilitou a se desenvolver uma visão em relação à arte muito mais ampla. Ir a uma galeria ou a uma exposição é um programa cultural comum na França, onde os museus são também locais de reunião e de encontro.

342 Artes

Como parte da campanha 342 Artes, artistas brasileiros se uniram para gravar vídeos contra o cancelamento da exposição “Queermuseu” pelo Santander Cultural, em Porto Alegre, e a polêmica envolvendo a performance “La bête”, no MAM de São Paulo. Entre os que participaram, estão Fernanda Montenegro, Caetano Veloso, Marisa Monte, Cissa Guimarães, Adriana Varejão, Zezé Polessa, Antonio Calloni, Vik Muniz, Marcos Caruso, Alinne Moraes, Ernesto Neto, Luiz Zerbini.

"Fica bem claro que esse é um processo forte pela criminalização da arte, e contra o qual temos que lutar com bastante veemência", disse Gaudêncio Fidélis, curador da mostra "Queermuseu".

A questão real é que todos nós chegamos nus ao mundo e isso é natural a todos nós. Mas foi a desinformação que gerou a polêmica, propagada por um grupo radical. Esse grupo interpretou as obras de forma errônea e a espalhou pelo Brasil. O nu não é o centro da polêmica, mas a interpretação falha da arte que utiliza o nu, por conta da falta de informação e capacidade para entendê-la. Às vezes um corpo nu é só isso: um corpo nu, igual ao de todo mundo. E reduzi-lo a apenas uma máquina de sexo ou é má fé ou é burrice.

Comments


 o EFEITO:

 

Este foi um espaço criado para dividir um pouco com o mundo os meus interesses. Irei falar sobre diversos e os mais variados assuntos, e com sorte, irei entreter-los com os conteúdos abordados. 

Espero com todo o coração que aproveitem todos os posts e se divirtam.

Até logo, e boa leitura!

 próximos EVENToS: 

 

conecte-se 
  • White Facebook Icon
  • White Tumblr Icon
  • White Instagram Icon
  • White Twitter Icon
 POSTS recentes: 
Categorias:
Arquivos:

©2017 EFEITO ANNA. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page