Blade Runner 2049 — Review
- Anna
- 14 de nov. de 2017
- 4 min de leitura
Os elementos neo-eslovenos estão de volta, mas eles são revelados de forma lenta e metódica, que me pareceu muito desagradável. Onde está o fator "gee whiz, that is cool" que capturou a imaginação de fãs de ficção científica há mais de três décadas? A atualização na sequência é, sem dúvida, mais cerebral, mas, ao mesmo tempo, letárgica e discreta. "Blade Runner 2049" é um filme à prova de críticas. Qualquer um que adora o primeiro filme não vai perder a sequência. Posso assistir o capítulo 2 novamente muitas vezes, e talvez venha a apreciar a longa narrativa. Meu desejo imediato foi para um filme mais curto e excitante.

"Blade Runner 2049" (2017) — Tem alguns dos elementos de um ótimo filme, mas não conseguiu capturar a emoção e a maravilha do clássico original de Ridley Scott. O diretor Denis Villeneuve é, obviamente, mais pensativo em sua abordagem, mas o filme se arrasta por 164 minutos com apenas remontamentos modestos. O que está faltando em "Blade Runner 2049" é uma atualização suficiente das circunstâncias dadas. O que aconteceu com Rick Deckard (Harrison Ford) com razão permanece um mistério até o terceiro ato da sequência. Não há problema lá. O que é preocupante é a falta de preenchimento do que aconteceu com Los Angeles e o oeste dos Estados Unidos ao longo dos 30 anos desde que ocorreram os eventos do filme original. Os detalhes chegam dolorosamente lentos ao longo do tempo de execução de quase três horas. É interessante notar que três partes que descrevem esses anos faltantes foram feitas separadamente desta sequência de grande orçamento. Mas, muitos argumentariam que ela deveria ser um produto autônomo. Os produtores deveriam encontrar uma taquigrafia cinematográfica para melhorar o alcance da audiência.
O argumento básico de "Blade Runner 2049" não é o problema. A história é sólida. É apenas prolongado e precisou de uma boa aceleração. Sem revelar muitos detalhes, digo-lhe que a história diz respeito a um Blade Runner da LAPD chamado "K", abreviação de KD6-3.7 e que é atuado por Ryan Gosling. Ele é designado para rastrear e eliminar um replicante desonesto, Sapper Morton (Dave Bautista). A LAPD quer acalmar evidências de que os replicantes femininos são capazes de dar origem a novos replicantes, o que os torna uma ameaça percebida para a raça humana. É óbvio que Deckard, o Blade Runner que perdeu todos aqueles anos atrás, tem algo a ver com o mistério.
O filme é quase que arrastado, e isso pode incomodar muita gente (me incomodou bastante, eu dormi. Ops!). Eu me achei impaciente esperando que "K" finalmente encontre o personagem do Ford. É uma longa espera. Em muitas cenas o telespectador pode estranhar isso e pensar que a história não está indo para a frente, mas isso é intencional. Exige que o expectador seja ativo e participe da história. Ele te dá momentos para pensar e refletir sobre a cena anterior, então use essas pausas para pensar e refletir sobre o conceito que lhe foi introduzido.

A coloração do filme é extremamente exagerada, o uso das cores é a base de azul e laranja, cores opostas. Então quando tem uma cena com as duas cores evidenciadas, traz um equilíbrio para a cena. O azul traz o caos e a confusão, o laranja traz o confronto. Traz muito um complemento de cores, pois cada uma delas traz uma mensagem. As cenas com tudo em branco pode até mesmo representar uma folha em branco com algo a ser preenchido, em que você mesmo pode preencher.
Em questão de atuação: Ryan Gosling teve o trabalho de representar um personagem com poucas expressões faciais, mas que ao mesmo tempo lhe exigia expressar grandes e angustiantes emoções, e ele foi muito bom nesse trabalho. A grande estrela, Harrison Ford, teve uma de suas melhores atuações em anos. Mas onde eu quero chegar? Quero chegar na atuação da Sylvia Hoeks, que foi quem mais me deixou deslumbrada. Não lembro de ter visto algum filme com ela antes desse, mas foi o suficiente. Em uma das cenas, onde ela mata Lt. Joshi, Hoeks tem uma das melhores atuações do filme inteiro. Só vendo para entender.
A trilha sonora de "Blade Runner 2049" de Hans Zimmer e Benjamin Wallfisch foi um tributo apropriado ao filme original. Tinha um toque decididamente delicado que me lembrou o original e inesquecível resultado "Blade Runner" de Vangelis. E os efeitos especiais são surpreendentemente estressantes. As gigantescas propagandas holográficas no centro de Los Angeles são excessivas, aparecendo muitas vezes, mas essa é a intenção deles. A cinematografia é genial. A fotografia teve um trabalho para manter a mesma aura, a mesma atmosfera, o mesmo peso psicológico daquela cidade distópica do primeiro filme — e eu juro, não conheço muitos filmes que conseguem fazer isso!
P.s.: NÃO ASSISTA O FILME SE VOCÊ ESTIVER CANSADO OU COM SONO. ELE REQUER ATENÇÃO, ENTÃO SE VOCÊ NÃO ESTIVER DISPOSTO A FAZER ISSO, VAI ACABAR DORMINDO — COMO EU HEHEHEH.

BLADE RUNNER 2049 (2017)
Nota: C
Classificado como R por violência, conteúdo sexual, linguagem e nudez.
Tempo de duração: 164 minutos
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