Wonder — Review

Anna
7 de dez. de 2017
3 min de leitura

"Quando lhe for dada uma escolha entre estar certo ou ser gentil, escolha ser gentil".

Esse é o primeiro preceito que o professor de quarta série, Sr. Browne, escreve no quadro-negro. É uma lição importante — e será particularmente desafiadora para alguns de seus alunos — porque entre os seus colegas de classe, um é um menino “incomum”. Auggie Pullman é um pequeno nerd precoce com deformidades craniofaciais severas. Sua irmã mais velha pode ter encorajado ele, "Você não pode se misturar quando você nasceu para se destacar", mas no mundo cão-comendo-cão, o pobre Auggie nasceu para ser intimidado.

Wonder (2017) — O novo filme, baseado no best-seller do romance infantil de R.J. Palacio, é um negócio arriscado. Poderia facilmente cair no território melodramático e não conseguir voltar ao seu rumo. Mas, sob a direção inteligente e discreta de Stephen Chobsky, que também co-escreveu o roteiro com Steve Conrad, Wonder puxa suavemente em suas cordas do coração. Você sente muito pelo Auggie, mas não sente pena por ele. E isso faz toda a diferença.

Depois de estudar em casa (durante suas 27 cirurgias), Auggie Pulman, de dez anos, está freqüentando uma escola pela primeira vez. "Estou praticamente totalmente petrificado", ele confirma, pulando em sua cama com seu capacete de astronauta, que se tornou uma máscara e a chave para elaborar suas fantasias. Ele teve um tremendo apoio em casa; sua mãe colocou sua vida de lado para ensinar e cuidar dele; Seu pai é amoroso de uma maneira natural, de fato; Sua irmã é mais gentil do que a maioria dos irmãos pode ser sob as circunstâncias. Quando ele chega à Beecher Prep School, o diretor e seu professor de sala de aula são progressivos e totalmente compreensivos. O problema, como prevê Auggie, seriam com as crianças.

"Querido Deus", sua mãe sussurra enquanto ela e seu pai o observam entrar na escola, "Faça com que sejam bons com ele."

Claro, eles não são. Pelo menos não imediatamente. A aparência de Auggie torna sua situação difícil. E, fiel a este tipo de história, ele tem inimigos (em particular, um garotinho rico chamado Julian) e eventuais amigos (primeiro, um garoto da bolsa chamado Jack Will, e então Summer, uma garota que quer "alguns amigos agradáveis para variar"). Auggie não é o único que tem medo; outros também se sentem intimidados. Em vários pontos, a narrativa muda para que entendamos a perspectiva de sua irmã Via (ela se sente invisível), seu primeiro amigo Jack Will (ele tem que se juntar para burlar o Auggie ou se tornar um alvo), a ex-melhor amiga de Via, Miranda (quem está lutando enquanto seus pais se separam) e até Julian. Os pais de Julian, quando são trazidos para explicar seu bullying, são inegavelmente os personagens mais reprováveis do filme. A mensagem é clara. As crianças não querem ser malignas; Eles querem ser gentis. Mas eles precisam de melhores exemplos, e eles precisam de permissão.

Que mensagem maravilhosa para esses tempos.

Esta abordagem surpreendentemente humanista e não julgadora de material familiar, ao mesmo tempo, simplifica e eleva a história. O livro de Palacio está em boas mãos. Chobsky abordou as lutas dos adolescentes com nuances semelhantes quando ele dirigiu a adaptação de sua própria obra jovem The Perks of Being a Wallflower em 2012. E Conrad escreveu o roteiro para o Tearjerker de 2006, The Pursuit of Happyness. Wonder também se beneficia de um elenco maravilhoso. Julia Roberts e Owen Wilson desempenham o trabalho dos pais de Auggie de maneira extraordinária. Jacob Tremblay que já encantou muitas pessoas antes, com certeza, fisgou seu coração de vez.

Para ser justa, eu já comecei a chorar nos primeiros 20 minutos do filme, talvez esse filme sobre uma criança com uma desordem facial não seja realmente sobre um criança com uma desordem facial, mas sobre como cada uma das pessoas escolheram olhar para ele. E se isto é não arte, eu não sei o que é.